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Monsanto perde marcante julgamento sobre os efeitos cancerígenos do Roundup (gliphosato)

Enviado por cisbra em

Monsanto perde marcante julgamento sobre os efeitos cancerígenos do Roundup (gliphosato), é condenada a pagar indenização de 289 milhões de dolares.

 

 

A Monsanto perdeu, na corte de São Francisco, um julgamento marcante  sobre os efeitos cancerígenos do herbicida Glifosato e foi condenada a pagar mais de 289 milhões de dólares em indenização ao jardineiro da antiga escola Dewayne, Johnson, um pai de família da Califórnia, que tem Linfoma de Hodgkini causado por pelo herbicida.

Johnson, pai de três filhos e  zelador da escola, a quem os médicos dão  alguns meses de vida, foi a primeira pessoa a levar a Monsanto a julgamento, sob as alegações de que o produto químico vendido com a marca Roundup  causa câncer. Cerca de 4.000 pessoas têm ações na Justiça dos EUA alegando terem sido adoecidos com Roundup.

Os advogados de Johnson disseram que ele foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin após a pulverização com herbicida Roundup por dois anos.

Monsanto é a responsável pela doença, reduzida expectativa de vida e sofrimento de Johnson, por causa da natureza causadora de câncer do seu produto glifosato, herbicida Roundup, assim determinou o júri do Superior Tribunal de Justiça de San Francisco.

O júri deliberou durante três dias, depois de um julgamento de quatro semanas.

Os danos incluem US $ 2,3 milhões em perdas econômicas, US $ 37 milhões pela dor e sofrimento emocional e US $ 250 milhões como punição pelos danos. A punição por danos, por unanimidade do juri, baseou-se no entendimento e provas de que a Monsanto "agiu com malícia e opressão" contra Johnson.

Johnson passou por quimioterapia e está necessitando um transplante de medula óssea. Um dos seus médicos testemunhou que é improvável Johnson sobreviver até 2020.

O veredicto envia uma mensagem de que a Monsanto "agiu com negligência grosseira para com a saúde humana," disse o advogado Robert F. Kennedy Jr., um membro da equipe de  Johnson. "É uma forte mensagem para a diretoria da Bayer/Monsanto, o que tem de mudar."

Sobre o glifosato

Glifosato, o principal herbicida do  mundo, foi classificado como provável carcinogênico humano em 2015 pela Agência Internacional para pesquisa sobre câncer, um braço da Organização Mundial de saúde. Monsanto, agora uma subsidiária da Bayer, tem a patente inicial e continua a ser o principal distribuidor.

O advogado Brent Wisner disse hoje que o veredicto foi resultado de documentos confidenciais da empresa revelados recentemente. "Conseguimos finalmente mostrar o segredo ao júri, documentos internos da Monsanto provando que a Monsanto sabia, há décadas, que o glifosato e especificamente o Roundup poderiam causar câncer. Apesar do fracasso da Agência de proteção ambiental para exigir essa rotulagem, nós estamos orgulhosos de que um júri independente, seguindo as provas, usou sua voz para enviar uma mensagem à Monsanto, que seus anos de enganos e ocultamentos em relação ao Roundup acabaram e que eles deveriam colocar a segurança do consumidor antes dos lucros."

As provas apresentadas no julgamento de Johnson poderão ferir a Monsanto em futuros litígios de câncer sobre Roundup

Durante anos, a Monsanto afirmou que não haver provas de que o Roundup causa câncer e, no entanto, uma montanha de testemunhos e documentos foi admitida durante o julgamento. Advogados de Johnson provaram, através de depoimento de testemunhas da própria Monsanto que funcionários da empresa pagaram  artigos científicos e cientistas para publicar os artigos em seu nome, distorcendo e escondendo a verdade

Documentos internos revelaram que um conselheiro científico contratado pela Monsanto disse que os testes do Roundup eram inconclusivos porque o glifosato, o ingrediente ativo do Roundup, foi testado sózinho, sem os outros ingredientes químicos presentes na formulação do Roundup.

"Muitos desses documentos confidenciais da Monsanto foram revelados pela primeira vez," disse o advogado co-líder, David Dickens. "Eles mostram que a Monsanto sabia que seu teste era insuficiente e que havia um efeito sinérgico quando o glifosato é combinado com surfactantes que ajudam o glifosato a penetrar tanto nas plantas como nas membranas celulares de animais".

Em outro documento interno da empresa, funcionários da Monsanto reagiram à classificação do glifosato como carcinogênico pela Agencia de Proteção Ambiental, chamando os californianos de “liberais e retardados”, que agem como zumbis, que tentam oprimir a Monsanto e dos quais eles teriam de se livrar um a um. a começar pelas eleições presidenciais de 2016.

 

O Júri ouviu o comovedor testemunho da família Johnson sobre os efeitos do Linfoma de Hodgkin, causada por exposição ao Roundup.

Alem da audição de testemunhas e peritos, o júri ouviu testemunhos comoventes de Lee Johnson e sua esposa, Aracelli.

Aracelli recordou ao júri as muitas noites sem dormir que Lee passou chorando na cama quando seus filhos não estavam em torno. "Ele tentou esconder, tentou ser positivo e forte para nós, eu e as crianças."

Depois que o marido começou a quimioterapia Aracelli assumiu um segundo emprego, trabalhando 14 horas por dia para ajudar a pagar as contas médicas ascendentes da família, e ainda levar seus dois filhos diariamente numa viagem de 45 minutos a Napa Valley School District, na esperança de proporcionar-lhes melhor oportunidade educacional.

Relatório da Organização Mundial da Saúde põe fim a trinta anos de acobertamento  WHO Glyphosate Report Ends Thirty Year Cancer Cover Up.

 

Quando Lee prestou depoimento, ele contou ao júri como estava amedrontado e confuso depois de receber a notícia que tinha câncer. Ele também descreveu as vezes que entrou em contato com a Monsanto para ver se as lesões de pele que ele desenvolveu estavam relacionadas ao uso do Roundup.

Como não obteve resposta da companhia, ele continuou a usar o herbicida. Johnson testemunhou que ele nunca usaria Roundup se soubesse dos perigos e acusou a Monsanto de esconder os riscos de segurança do Roundup, para continuar lucrando bilhões de dólares com seu herbicida. "Eu nunca teria pulverizado esse produto na escola ou em torno de pessoas se eu soubesse que isso iria prejudicá-las," Johnson disse durante seu testemunho emocional. "Não é ético. É errado. As pessoas não merecem isso."

 

Postado em 11 de agosto de 2018 - 01:31 por Sustainable Pulse

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